sábado, 24 de julho de 2010

(co)rroendo

tem uma coisa aqui dentro da barriga,

parece um rato... ele passa a unha devagar

d



va

g

ar

pode ser que esse bicho seja um amor daqueles ferozes, ou não...

a pele apresenta minha nova barriga, digamos que chegou a hora da transição.

 mesmo tendo uma rua plana, o tal desequílibrio me assombra.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

As formigas começaram a sair de suas casas para ver o sol.
Com pernas de agulhas, elas foram caminhando devagar.
A estação marrom estava pronta para receber as famílias que, aos poucos, descarregavam suas
bagagens adocicadas. Algumas tinham mais, outras menos. Um desequílibrio sem fim.
O trem damasco se encontrava na plataforma B.
Aos poucos a escada rolante, os banheiros e as filas ficaram entupidos.
Lá de cima se enxergava o tabuleiro de damas do tio Zeca. As formigas, o preto, os doces, o branco.
A montanha alta era o meu lugar.
Tão superficial e vazio.
Tão sem ação.
Depois de olhar aquelas loucas, resolvi descer.
Foi incrível.
Algumas não tinham visão. Mas, as formigas que conseguiam ver auxiliavam as outras.
E assim, decidi ficar para ver os milhares de  olhos, mesmo que estes não carregavam o poder da divindade funcional.
Eu vi todo aquele cartesianismo morrer.
Eu vi aquela aura mêcanica ir embora.

terça-feira, 13 de julho de 2010