domingo, 11 de dezembro de 2011

De um lado a beleza, de outro o sofrimento

 Hoje a tarde passamos por Purmamarca uma cidadezinha quase feita de areia e pó a vinte minutos de Tilcara. Já estamos quase na fronteira com Bolivia. Agora a chuva cai lenta assim como esse povo que caminha com olhos e cabeca para baixo por entre as montanhas coloridas . Nunca vi um lugar tao maravilhoso e chego a sentir tristeza.
O povo aqui tem tracos bolivianos, tanto na cor como no cabelo. Mas os olhos dessa gente me dizem mais. Olhos que focam em um só lugar e que , apesar de ainda estarmos em terras argentinas, continuo achando que aqui é Bolivia. Talvez tenha me acostumado com os portenos e aquela maneira empinada de falar. É que Buenos Aires nao é Argentina? e estando aqui, penso que lá na capital a bolha comeca a crescer entre eles.
Aqui venta muito, estamos a dois mil e poucos metros e areia entra nos meus olhos. Talvez seja bom por agora, talvez eu nao queira enxergar que estamos naquela parte nao PULCRA da América do Sul e eu queria que o mundo olhasse pra essa gente de rosto forte de maneira distinta, nao como inferiores.
E fomos nós, ora bolas, porque essa gente anda assim como avestruz? Nós decidimos quem está em jogo, e qual é a bola da vez.
E me sinto uma turista branca de cabelo loiro e isso nao me apetece.
Quero acreditar em nós, no povo latino, na nossa maneira pura de bailar.
Por um lado a natureza quase explode de tanta beleza, por outro o sofrimento, a pele pedindo socorro, dinheiro trabalho, justica e tudo isso vai estar aqui dentro de mim pelo resto da vida.









Adíos Salta, estou em Tilcara

Nos despedimos de Salta as 5:30 da manha.
Já me acostumei com a palavra despedida. Deixar pessoas, lugares, ruas, becos, amigos, família, cidades, casas. .. o tempo passa e sempre penso que estou preparada para dar adeus, mas quando busco todas essas histórias sinto que fico cada vez mais emocionada e apegada a tudo que encontro por aí bailando no mundo.
Salta é uma cidade especial. Tenho tantos adjetivos, imagens, mas eles estao confusos.
Chegamos em Tilcara as 10:00 da manha. Estava dormindo no caminho e de repente aquele conglomerado de montanhas. Levei um susto e por segundos me perdi... cheguei perto de Deus e eu nao costumo falar dele, mas hoje eu senti essa natureza que quer falar  e Deus está, e ele é o universo. Me senti tao pequena, uma formiga no mundo, vagando sem rumo.
Peguei a máquina e num impeto me senti um turista japones que clica sem parar e eles vao engolindo todos os lugares, areias, arvores, gente, mercados, comidas... cultura.
As montanhas em Tilcara fazem chorar, e de novo, eu digo: é coisa divina, magia... saravá.
Quadros coloridos, pinceis... aquarelas do norte argentino. É sério, todas as cores estao aqui, nessas montanhas abencoadas pelos deuses e por nós.



sábado, 10 de dezembro de 2011

América do Sul Tour: Salta, Argentina

Nao tenho muito tempo para escrever no blog, a viagem comeca sem acentos nas palavras, como agora.
Chegamos a salta e fizemos uma viagem tranquila desde Buenos Aires. No caminho, as nuvens deixavam suas marcas nas montanhas, sombras gigantes e escuras, mas a chuva, por sorte, se perdeu no ceu azul de tanto azul. Minha segunda vez em Salta: lembrei da Elena e do Juanvi, como foi especial aqueles dias de setembro e agora a vegetacao comeca a surgir. O verde das arvores, a estrada que segue reta e termina numa reta.
Salta é cidade divina. Ontem subimos a montanha e de lá a cidade pulsava luzes. O clima fresco e o sol dando adeus.
Hoje fizemos um churrasco vegetariano, ainda temos que conhecer os museus e as múmias de 500 anos de idade e que ainda estao aqui, conservadas. Um arrepio e nos sentimos em territoria inca e a memoria volta a anos luz, num impeto voltamos ao nosso tempo e as múnias estao apenas dentro de vidros, congeladas.
Amanha chegamos a Purmamarca, mas isso é outra história. Ainda estamos aqui em Salta, La linda.





segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Cartas online de Madrid


Mis queridos Natalia y pelotudito, 


Lo primero de todo, no os hacéis una idea de lo que os echo de menos, a vosotros, a Brasil, a Brasilia, el viaje, la aventura constante, Latinoamérica, su ritmo, sus sonrisas gratuitas, sus siempre sorprendentes desenlaces… Por eso he tenido que desconectarme un poco de todo aquello, porque me estaba costando mucho salir de la nostalgia infinita y las ganas de estar allí… Buffff empiezo a escribir y se me llenan los ojos de lágrimas, pero ya son demasiadas. 
Bueno, lo importante, dentro de un par de días comenzáis vuestro viaje. Y va a ser sin duda una de las cosas más emocionantes que hagáis en la vida. Aprenderéis más que en todos los años de escuela o universidad. Recorrer kilómetros y sentirlos, llenaros del polvo de las carreteras aún sin construir, contemplar el paisaje y guardarlo en la memoria para siempre, respirar el aire puro de Bolivia, hablar con todos, escuchar sus historias y sobretodo sentiros libres y dueños del mundo. Es lo que yo viví. 

Yo aún viajo por las noches a Bolivia, respiro su aire puro para llenarme del oxígeno que a veces me falta en Madrid. También voy a los Lençois Marahenses y me lleno de la energía del sol brasileiro y del azul puro del agua. Y me voy a Salta y vuelvo a aquel día en que salimos del locutorio y allí estabais…con vuestras mochilas y vuestros abrazos…y me voy al mirador y bebo ese vivo dulce con vosotros mientras atardece…y luego nos vamos a Cafayate y cogemos un tren de 36 horas…y luego Buenos Aires…
Sois las dos personas más llenas de vida que conozco, asique hacer lo que mejor sabéis, inundar de alegría todo a vuestro a paso, como siempre. Espero noticias y lo que más espero es ese reencuentro en Septiembre, cuando compartamos las experiencias con unas buenas caipirinhas! Y ver vuestra exposición y daros un enorme enorme beso! Os quiero!


Elena

PD: Decir a Leti que la deseo un viaje increible, que espero que no sea muy dura la despedida de buenos aires y que nos vemos pronto, todos!!aiiiiiii mi leti chicletiiiiiii!!! 
PD: a menina dança!!! ainda dança! sempre sempre dança!