sábado, 12 de março de 2011

Todo cambia

Minha voz está diferente. 
Meu corpo e minha alma também.
Tenho saudade da minha língua, aquela que escutei quando sai da barriga de minha mãe. 
Quando falo espanhol pareço ser outra, e sou, porque se não for outra, não faz sentindo estar aqui.
Me sinto uma criança aprendendo a falar e se comunicar com outras.
Nos primeiros dias estava perdida, como um navio em alto mar sem direção, sem referências. Somente meu coração falava. 
 Depois, a cada segundo me sentia melhor e mais preparada para falar com alguém.
Não é fácil, tem que ter força. 
Mais do que nunca, agora sei que saber uma língua, seja ela qual for, nos transmite segurança.
Agora entendi a música "Língua" cantada por Gal Gosta - "a língua é minha pátria e eu não tenho pátria".
Minhas mudanças são sempre doloridas, mas eu sei que elas ficam tranquilas depois de um tempo. 
Estou feliz , em poucos dias conheci pessoas maravilhosas. 
Meu coração não se engana.
Aqui tem gente do mundo inteiro. Todos os dias brincamos uns com os outros.
E claro Maradona e Péle são os tops da lista. Ah, Messi também.
Mas tenho lá meus argumentos. São poucos, mas valem.
Quando estava no Hostel, tinha gente da França, Portugal, Chile, Inglaterra, Colômbia, Brasil, Itália. Uma mistura louca de culturas. 
E quando falo que sou brasileira, todos gostam. E dizem que querem conhecer o Brasil, o Brasil, o Brasil.
Brasil, meu Brasil brasileiro!






3 comentários:

  1. Percebo que você está tendo oportunidade de viver novas experiências. Fico muito feliz por ti.

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  2. O que quero, o que pode essa linguaaaa? todo sentimento que transborda, que transforma, transmuta e faz nascer em você uma outra língua - hispanohablante? portunhola? brasilenha?

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  3. Ah, nosso bom e velho Português.. e tudo que o acompanha: Seus sotaques; seus dialetos; falares; as vozes de seus verbos; os sons únicos; a rica fonologia de vogais orais, nazais, semifechadas, semiabertas e ditongos; seu coração; suas filhas únicas no mundo das línguas, as mesóclises... A língua de Camões, a última flor do Lácio de Bilac, o idioma doce e agradável. Que orgulho! Mas qto à segurança ao falar um idioma, acho q ela passa a existir qdo tal língua se entrosa com nossa alma, e então é falada através desta. Gosto de viajar nisso, adorei o texto!

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