Ele estava na minha frente.
Saímos de casa pela madrugada fria e caminhamos até o bosque.
Não senti dores fortes nas pernas porque passamos por ruas planas.
Sentamos num banquinho de madeira e acendemos duas velas, uma para
mim e outra para ele. Logo em seguida fumamos cigarros coloridos.
Falamos da vida, do ar que cheirava vida, da terra úmida que
pulsava vida.
Falamos da morte, queríamos morrer juntos. Eu e o amor.
Pedimos água e um vinho chileno. E para comer, pipoca.
Falamos também do vazio, de estar em outro lugar e sentir saudade de outro lugar.
Falamos de nossas roupas e como o frio nos deixa elegantes, ao mesmo tempo misteriosos.
Falamos de nossos pais, de como somos distantes de nossas famílias. E não sabemos quando vamos nos dar conta... não sabemos se vamos acordar um dia e sentir aquele estalo. Mas todos vão estar mortos por dentro. Ninguém vai querer o nosso despertar.
Falamos de sexo e das vezes que chorava por somente tocar.
E como esse tocar era significativo. Não era somente fazer, mas havia uma invasão que não suportava.
E o amor também me disse que essa sensação lhe invadia.
Falamos do nada, falamos nada com nada.
Falamos das formigas que passavam na rolha caída no chão.
Vixi, falamos de tudo que não podemos enxergar. Mas se sabemos, então podemos enxergar.
Terminamos o vinho e fomos embora. Eu e o amor.
Disse para ele: "para mim essa foi a verdadeira noite de amor"
Obrigada.
É. Produção começou cedo!
ResponderExcluirInspiração, inspiração, inspiração...
As palavras tem fugido de mim, acho até que foram contigo nessa sua viagem. Mas não me importo, estão do lado de quem devem estar!
E o amor? Sonharei? quem sabe...
hum... realmente foi uma noite de amor!!
ResponderExcluirsaudade do seu lugar aqui, junto a nós.
bjão e uma puxadinha nesses cabelinhos aí debaixo da sua orelha. loirinhus fios... gracinha!!
lorena