Uma ciranda se fez em meio a um desconcertante chão desnivelado. Não era um círculo qualquer. Num domingo frio e calmo, o samba comeu solto num palco montado em frente ao Museu da Inconfidência - Ouro Preto. As músicas pareciam agradar um bocado de gente, algumas sambavam, outras remexiam os pés discretamente, eu estava no meio termo. Aos poucos, a banda "Vira Saia" ganhou a confiança do público. O vocalista (Tuca) tocou uma música que falava sobre ciranda. Então, ele pediu para montarmos uma roda. Imagino que tinha cerca de 100 pessoas assistindo o show. Num piscar de olhos, lá estava a grande ciranda, orgânica e entrelaçada de cores fortes.
Não participei do círculo, mas senti uma energia um tanto divina vinda do meio da roda. Eu e Lorena falávamos que lá dentro tinham escravos pulando e tocando seus instrumentos, deviam estar comemorando a "liberdade". Havia espíritos de todos os tipos. Nós estávamos circunscrevendo o baile daqueles que não podemos ver, apenas sentir.
Engraçado, não consigo continuar esse texto. As vezes as palavras não conseguem transmitir tais momentos, e, esse, é um deles.
Engraçado, não consigo continuar esse texto. As vezes as palavras não conseguem transmitir tais momentos, e, esse, é um deles.
Só mais uma coisa, isso só acontece, dessa forma, em Ouro Preto.
Eu acredito que quando faltam palavras p/ descrever algum acontecimento é porque de tão especiais foram feitos apenas para ser sentidos.
ResponderExcluirFantástico!
ResponderExcluirRealmente uma cena que não tem como ser expressa por palavras...
Ouro Preto!