quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Primeira publicação no Idealistas.org


Un mundo más humano y justo para cada ciudadano


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Imagen de Natália Goulart
Por Natália Goulart (Argentina-Brasil)
“Si es por buscar, mejor que busques” (Martín Caparrós)

Últimamente nos estamos familiarizando a escuchar las voces de los indignados reclamando un cambio global en el mundo.

De África a Asia, de América a Europa, más de 80 países se unieron el pasado 15 de octubre por una transformación en la situación política, económica y social. Más allá de la lucha ante el sistema capitalista que privilegia unos pocos, la corrupción de las grandes corporaciones y la clase política, la gente se manifestó también por una búsqueda más humana: la libertad de todos, para y con todos, la busca por un camino más justo para cada ciudadano.

En Buenos Aires, la gente tomó la plaza de Congreso y siguieron rumo al Obelisco. Los tambores, los carteles de protesta, los colores y narices de payasos hicieron de la marcha un gran encuentro de la fuerza colectiva.  De sonrisas irónicas pero también de rostros preocupados con el rumo del mundo, las voces cantaban en sintonía “que no, que no, que no nos representan”.

La gente está  volviendo a las calles en búsqueda de una democracia auténtica y representativa. Ese día fue, además de un encuentro entre millones de personas de los cinco continentes, una demostración de queno estamos sólo reflexionando sobre el mundo, sino actuando para y con él.


Ante esta reflexión otra para todos los que nos leen, ¿si hubiese una sola cosa que tú pudieses hacer para mejorar el mundo, qué sería?

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Coisa de gente



     "Te mando retalhos de amor"  (Caio Fernando Abreu)

Eu amei, tenho que confessar. O tempo não fez nada, nós nos deixamos e fomos pequenos demais . Eu sou pessimista, eu amei. E se tivéssemos feito um cronograma de viagens? Ora, nada disso adiantaria, amar é estar e mais alguma coisa que eu não sei. Eu não estava. Dissimulei. Eu menti pra mim, pra você. Fui um boêmio e essa palavra já explica tudo.

Eu olhava aquele enxame de mulheres caminhando para si mesmas, uma liberdade que jamais tive. Mas eu ainda tinha o seu cheiro em mim e fui ficando e me tornando pássaro. E quanto mais eu plantava meus pés ali, o seu perfume, ao poucos, seguia outro rumo. Lembro que havia uma escada de madeira pobre e o cheiro me convidava de tal maneira que eu me entregava aqueles lençóis encardidos, aquela música brega de fim de noite. 

O amor abre tantas portas. Eu sentia ódio. Ódio da sua cara e da sua maneira de olhar as coisas. Você mirava de soslaio, eu nunca gostei disso. O problema é que você amava incansavelmente o seu espelho, por consequência, eu também fui buscar o meu num banheiro sujo de esquina perto da rodoviária. 

Eu separava os mundos. As pessoas não entendiam, mas eu fazia desenhos no ar e polarizava você e eu. Meu desejo era meu e de mais ninguém. Por que sempre temos que falar de nós? O amor é meu, o amor é seu. Mais a gente insistiu no nosso amor e eu sei lá, eu quis sair de nós. Eu necessitava abrir a geladeira com as minhas mãos e passar a manteiga no pão. Eu não queria passar minha camisa, entende. Mas isso faz tanto tempo e eu já não desenho quadrados. Gosto de círculos. Polarizar é esconder e já não falamos disso na academia. 

Eu amei, eu te amei. Os anos passaram. Você deve estar trabalhando num escritório cinza e entupido de mares-de-morro de papéis. Lembrei das estradas argentinas, de um lado soja, do outro soja. Sua mesa, penso eu, deve ter flores coloridas e você também foi pintada de cores fortes. A cidade de Salta (La Linda) tem montanhas, mas não são similares as nossas. Eu escrevo o que me vem. O Rodrigo acabou de tomar banho, mas você não o conhece. Eu tenho me apaixonado pela vida. Joguei minha gravata fora e comprei um chinelo marrom. 

Eu não gostava de te trair. Mas eu privilegiei meus desejos, os meus e só meus. Eu não dividi nada com ninguém, nem carícias, nem beijos, tampouco amor. Eu queria tudo pra mim, eu comi tudo de uma só vez. Confuso, complexo, contraditório, eu sei. E quando a gente combinava de jantar e no meio do caminho você desistia. Eu começava a rir e pensava: isso é coisa de gente. 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Do começo ao começo

                                                                            Cada lugar  é, à sua maneira, o mundo  (Milton Santos)        








Da minha história ninguém me tira, o narrar é meu. Tem história que vira história única.Explico-me: a África foi e ainda é história única (selva, pobreza, selvagens... e vai por aí), Argentina (tango e tango) Brasil (samba, futebol e futebol).  E pergunto, quem escreveu a nossa história, a história dessas ex-colônias? Nós sabemos quem foi John Kennedy, e qual é o atual presidente da Costa Rica? Eu não sei.  Sabemos mais de Napoleão ou Simón Bolívar?
De modo que, por detrás dessa história única tantas outras ficam a mercê. O problema é que faltam pedaços.


"Os estereótipos não são de todo falsos, são incompletos"


Saí sozinha. Eu tinha uma única certeza: minha história de vida. O que se leva na bagagem? Memórias e toda uma vida. Saber contar minha história significa para mim estar no mundo, fazer parte dele e de outras tantas histórias.

Histórias tem haver com experiência, lugar, infância, comida, gente, cachorro, pé de amora... medo. Quando eu era criança fazia as malas e dizia para minha mãe: vou embora. E ficava ali perto da porta, mas logo voltava. O medo sempre esteve tão perto de nós, é como um avestruz que esconde a cabeça ali. 





Passado é coisa divina. Passado sempre está. Passado foi o último ponto que eu coloquei antes de começar outra frase. E agora já não sei. Passado é tanta coisa. 

Tive medo quando pisei no concreto. Concreto é coisa desconhecida. Cheguei de ônibus na Argentina. Cheguei por terra. Fui buscar, eu tirei a cabeça, literalmente. Medo é coisa que vem e vai. Ele foi também, igual a mim.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Eu fico tonta quando giro e você?


Eu queria, nesta exato momento, estar ao seu lado. Cheirar os teus cabelos como no futuro, um futuro próximo. 

Eu arrepio quando você fala: é como um vento que trota fazendo cócegas, querendo passar e deixar vestígios.Eu não sei, sinceramente, por onde andei, mas eu, eu, eu tenho você em todas essas viagens malucas, essas rodas abertas. A gente tem esse dom de girar. Eu fico tonta quando giro e você? Já faz um bom tempo que não ando em roda gigante. Tenho medo de girar e ficar ali num círculo contínuo.Pra quem gira o mundo é tao pequeno. É assim. 

Eu queria contar a minha história pra você, como da primeira vez. A minha história está maior,  já passaram tantas em mim e  surgiram outras tantas. O vento é tao ele, tal como ele. Você já é uma mulher, mas nós sabemos que as mulheres que habitam nossas veias estão por surgir. 

A distância de maneira alguma nos separou, tão pouco nos colocou fronteiras reais ou imaginárias. Não criamos histórias, não fomos dramáticas na hora da partida. Eu me permiti sair, você deixou e eu senti que você queria ficar. Eu sai com medo de te perder, no entanto, foi um sentimento muito passageiro, daqueles que não alcançam nem um fio inteiro de cabelo. 
Eu sei das suas esquinas e você sabe das minhas. É sentir um perfume particular misturado a outros, e você está ali, no meio de tantos. Eu nunca perguntei pra você quais são os cheiros que te fazem perder a cabeça. Talvez seja um pouco ácido caindo para o doce ou partindo para um damasco amendoim. Lembrei de um cheiro que te faz perder as estribeiras: cheiro de torta de limão, desse eu tenho certeza. Quizá seja cheiro de vinil da década de 70 ou cheiro de "Queridos Amigos". 

Nós tivemos uma fase de avestruz: enfiamos a cabeça, literalmente. É tão difícil esquecer as histórias, e mais, olvidar das nossas é impossível. Eu quero guardar todas elas, bem lá no fundo. Isso não significa esconder-las, pelo contrário, queremos revive-las todos os dias, no levantar dos olhos, no fazer das sobrancelhas. 

As vezes me sinto tão perdida. Uma palavra tua e já me acho. É incrível. 
Que sorte a minha, eu te encontrei no meio desse formigueiro mundial. Os encontros não acontecem todos os dias. Encontros de alma. Eu tive poucos ou muitos, depende de onde está e como está. 

Quero fugir com você para o lugar mais alta do mundo: não imaginei o monte Everest e nem os Alpes suíços, pensei nos teus olhos, únicos olhos. 

Fevereiro bate a porta e a primavera é triste sem você. De modo que combinamos um lugar, um horário, uma data, algo matemático. Isso não nos apetece, o relógio então. Nem me fale em relógio, estou por aqui...

Nos encontramos de supetão então, mas, por favor, o sol deve estar radiante.  

    


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

El norte argentino


Mais uma exposição: Centro cultural Dardo Rocha, La plata.
Data: 20, 21 e 22 de outubro.

"A los pueblos se llega; a las ciudades se entra" (Martín Caparrós, El interior)