quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Ingazeira

Timidamente, estou.
"Há folhas no meu coração, é o tempo".
Quando abro os olhos pela manhã me enebrio de palavras, palavras mil.
Antes, antes de abrir, antes, lá no incosciente, tudo gira. Gira sem parar. Incosciente presente, não ausência. Incosciente  que diz muito, diz tudo.
Ouço músicas e canções do dia anterior, de dias passados. Lacunas, vazios. Essa é a minha escrita, a escrita feminina. Essa sou eu. Mulher. Ectcetara e tal...
Mulheres de lã. Que palavra linda, lã. Palavra que desliza sem ser puxada por outra.
Não quero organizar nada pela manhã, é como vomitar sem pensar no que saiu.
Hoje acordei e aquele rato de um texto passado voltou, mas esse rato é tão diferente. Um rato mais calma, quase maduro. Digo quase porque é sempre quase. Sempre há o que aprender. Sempre há um caminho. Como é bom viver, ser mulher, saber que várias estão aqui prontas para nascer. Flor de ingazeira, Pernambuco.
Me embriago de gente ao mesmo tempo estou longe. Saudade das histórias de vida que escrevia.
Saudade do Morro do Santana, da Regina.
Saudade da minha viagem, de ser cigana classe média. Que ironia.
Saudade de La Paz, Arequipa, La Plata e Copacabana.
Saudade de amar infinitamente, de cair em cores.
Escrevo e é assim. Escritora, escritora... Em que lugar coloquei o jornalismo? A ficção me pegou. Escritora, eu?
Amo as rodoviárias, a gordura, os "pensageiros".
No dia 25 de setembro resgatei uma pessoa, no dia 25 chorei alegremente pensando na minha história, nos lugares que pisei, nos lugares que ainda não estive. No dia 25 guardei uma coisa. No dia 25 me senti poderosa. No dia 25 bebi margarita com os grandes pequenos amigos. No dia 25 falei da China, de semiótica e significante. Preciso olhar para a primavera, é preciso...


Flor de Ingazeira, "quantos dentes terei que beijar, pra que um dia do gosto dos lábios possa desfrutar". João Bosco

Qué mate?Tatiana Grisel

"loucas as pessoas que não usam azeite" Raísa Geribello.

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