Pela manhã, nos dias comuns de um passado próximo, sonhava com o concreto que beijava o céu. Eis, São Paulo.
Pela noite, o que habita as vias largas da cidade de São Paulo são os carros e a poluição que entra acelerada nos buracos do nariz. A outra poluição, aparece no canto da unha, um resquício concreto.
Em cada ponto da cidade densa, um protagonista.
Ora a espuma branca que de tão branca, engana. Ora, uma viga de concreto gigantesca pronta para a estreia, preparada para ficar de pé, na vertical.
A madrugada foi preenchida pelo barulho insuportável de vozes mil.
Paramos numa padaria que nunca dorme. Não há férias para os copos, talheres e pratos. E nossas bocas também nunca saem de férias, sempre mastigando algo, comendo a vida.
A pizza chega rápido, o copo com gelo também. Queria comer devagar, pausadamente, no entanto, parece ser impossível. Quanta ansiedade e a madrugada muda de lugar, do silêncio para o grito, o ruído
que invade.
Como mergulhar no concreto? E agora?
Agora, tudo ou nada. Ou como São Paulo... ou ela me come.
No metrô, os sapatos solitários. Tanta gente, QUANTA TAMANHA solidão.
Difícil ver alguém de chinelo na minhoca de ferro. Realmente é melhor esconder os pés, penso.
A cidade grande é violenta, ela afeta o corpo todo.
E pensar que criamos esse monstro que cresce sem direção e sensibilidade.
Isso é só o começo.
#omergulhonoconcreto
tente ver a beleza disso tudo:)
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